A coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e membro do Conselho Temático de Inovação e Tecnologia de Mato Grosso (Cointec), Valquiria Ribeiro de Carvalho Martinho, participou como mediadora do painel “Inovação e Produtividade” que integrou as atividades para a elaboração da 'Carta da Indústria de Rondonópolis e Região', elaborada pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), que norteará ações de entidades competentes para promover o desenvolvimento do setor industrial da região. O evento ocorreu na última quinta-feira (09/07), no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-Rondonópolis). Algumas das demandas apresentadas pelos empresários foram: a simplificação tributária, redução da burocracia, fomento à inovação e qualificação de mão de obra.
O documento é o resultado do evento 'Diálogo para Integração Industrial', uma ação do Conselho Temático de Desenvolvimento Industrial e Regional (Codir) da Fiemt, que realizou uma extensa programação na cidade para compreender as necessidades do setor local. Para construir a Carta foram debatidos, em quatro painéis temáticos, assuntos vitais para elevar a competividade e, consequentemente, fortalecer as empresas e a economia local.
Na oportunidade, os empresários puderam indicar os problemas enfrentados que dificultam e, até mesmo, inviabilizam o desenvolvimento da atividade industrial e o crescimento das empresas. A empresária Letícia Fassina Facinnetto, do segmento da cerâmica, participou do painel 'Burocracia e Simplificação Tributária' que, para ela, é um dos principais fatores que prejudicam as indústrias da região.
"Menos burocracia e simplificação tributária significa competividade, sobrevivência das empresas e garantia dos empregos. E isso significa que o Brasil pode ser novamente um país competitivo, porque hoje ele não é, e voltar a rodar como já rodou um dia. Eu considero esse como um dos principais entraves para o setor. A sensação do empresariado brasileiro hoje é que os governos trabalham contra o empresariado", enfatizou.
O industrial do segmento da alimentação, Marcos Antônio de Freitas, participou do debate sobre inovação e produtividade. "Inovação é algo importante e que está faltando nas nossas indústrias, principalmente no meu segmento, que está muito defasado em relação aos grandes centros. Hoje, em Mato Grosso, não tem uma indústria de ponta no mercado que atuo, tudo vem de fora. Os que têm são pequenos, como eu, lutando para sobreviver. Falta informação, a indústria está em um lugar, o 'poder' está em outro e as escolas de inovação em outro. Está faltando um elo que que faça a ponte entre eles, além de incubadoras e pesquisas para alavancar a nossa classe. Foi muito boa a iniciativa desse diálogo, a Fiemt está de parabéns e tem que continuar com este projeto", avaliou.
O gestor de recursos humanos de uma cervejaria da cidade, Adriano Souza, integrou as discussões sobre mão de obra e educação profissionalizante. Para ele, o painel foi importante por abordar aspectos da rotina diária que, geralmente, não são discutidos pelos empresários. Um desses pontos é a dificuldade das micro e pequenas empresas investirem no desenvolvimento do capital humano. "Todas as empresas têm dificuldades, mas acho que as pequenas 'apanham mais nesse aspecto, por não terem um orçamento abrangente para investir em desenvolvimento. Mas, quando nos unimos tudo fica mais fácil. Essa discussão possivelmente não existiria se a Federação não tivesse provocado, achei bastante interessante a condução dos trabalhos, que gerou discussão pontual".
A precariedade da infraestrutura é outro problema que assola os empresários daquela região do Estado. Por isso, o empresário do segmento metalmecânico, Lazáro Sotério, contribuiu com as discussões do painel 'Infraestrutura e Desenvolvimento'. Ele apontou problemas que as indústrias vivenciam, até mesmo, no Distrito Industrial de Rondonópolis, como falta de infraestrutura básica, a exemplo da qualidade dos serviços de internet e telefonia na região, além da dificuldade de acesso ao local.
"Essas situações nos levam, às vezes, ao caos aqui em Rondonópolis. Se não começar a cobrar não vai acontecer absolutamente nada, a gente fica sempre esperando para que outras pessoas resolvam. Em função disso, esse evento já é uma boa proposta para possamos começar a cobrar dos nossos governantes", afirmou Sotério. A precariedade dos aeroportos, rodovias e a escassez de ferrovias também foram apontadas pelo empresário do segmento da construção, Divino Fonseca.
O 'Diálogo para Integração Industrial promoveu também visitas às indústrias Concresul, Água Mineral Pobóre, Jorge Máquinas Agrícolas e Montak. Os empresários participaram ainda de palestras sobre o cenário econômico e, ao final do evento, a Carta da Indústria de Rondonópolis foi lida pelo vice-presidente do Sistema Fiemt, Mauro Cabral.
Na cidade, o evento contou com a parceria do Banco da Amazônia e apoio do Senai-MT, Serviço Social da Indústria (Sesi-Rondonópolis), Instituto Euvaldo Lodi (Iel-MT) Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico da Região Sul de Mato Grosso (Sindimec-Sul/MT), Sindicato das Indústrias da Construção da Região Sul de Mato Grosso (Sinduscon-Sul/MT) e do Sindicato das Indústrias da Alimentação da Região Sul de Mato Grosso (Siar-Sul/MT) e Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT).
O 'Diálogo para Integração Industrial' será realizado ainda neste ano nas cidades de Sinop, Juína, Cáceres e Alta Floresta.
Assessoria de Comunicação Sistema FIEMT com informações da Ascom/Reitoria/IFMT - publicado no dia 09/07/2015